Introdução à Teoria do Conhecimento

Partindo de um preceito inicial de que filosofia, etimologicamente, desejo por conhecimento, criamos a associação de que Teoria do Conhecimento é uma disciplina filosófica.
Porém, o conceito filosófico etimológica é demasiadamente abrangente e, por isso, devemos analisar diversas definições de filosofia, bem como os pensamentos dos grandes filósofos, de diferentes épocas, como Platão, Aristóteles, Descartes, Leibnitz, Kant, Hegel, entre outros. Para resolver este dilema, não partimos de um conceito definido de filosofia, mas de uma representação geral que toda pessoa possui dela. Aqui é possível traçar um paralelo entre exatas e humanas, associando isto à Teoria da Relatividade, de Albert Einstein que, em essência abstrata realizada por indução, diz que nada é absoluto, tudo relativo e, nesta premissa, encaixamos o conceito de filosofia. Em suma, a atitude do filósofo é uma atitude intelectual, do pensamento.
Quando dizemos sobre as diferentes definições de filosofia, podemos citar, pro exemplo, Aristóteles, que apresenta um aspecto diferenciado da concepção, dirigindo-se ao conhecimento científico e seu objeto de estudo, o ser. Aqui notamos um elo entre a filosofia e a ciência, pois, mesmo a filosofia existindo em um campo mais abstrato de mensuração, também busca as respostas por constantes questionamentos, não aceitando verdades prontas. Lógico, a ciência pura, em outros aspectos, principalmente de caráter empírico, posteriormente difere-se da filosofia.
Esta análise possui seu desenvolvimento ao longo dos períodos, passando pela Idade Média, os sistemas de Descartes, Espinoza e Leibnitz. Em Kant, a filosofia retoma o caráter de auto-reflexão, auto-concepção do espírito, em um retorno a caráter platônico. Kant também a apresenta como uma reflexão universal do espírito sobre si mesmo. A filosofia sai da esfera meramente teórica, para algo prático, atingindo um fundamento crítico das restantes esferas do valor.
Porém, com o constante questionamento sobre filosofia, no século XIX nos deparamos com o ressurgimento do tipo aristotélico da filosofia nos sistemas do idealismo alemão, tendo como destaque Schelling e Hegel. Neste período tivemos movimentos intensos com dialéticas que acabaram inclusive por, em uma vertente, gerar uma completa desvalorização da filosofia. Aqui também entramos em um debate metafísco e fenomenologista. Como produto destas ações intelectuais, surgiram dois novos elementos do conceito essencial da filosofia, a concepção do eu e a concepção do universo, possuindo um caráter essencial de relação antagônico.
Em uma dinâmica do aprofundamento analítico de todos esses sistemas e elementos, nas passagens das diversas etapas temporais e teóricas, em observações e debates multiprismáticos, obtém-se agora a definição de filosofia como a “auto reflexão do espírito sobre seu comportamento de valor teórico prático e, ao mesmo tempo, uma aspiração ao conhecimento das últimas conexões entre as coisas, a uma concepção racional do universo”. E ainda, evoluindo as conexões elementais, chegamos, em conclusão que “filosofia é uma tentativa do espírito humano para chegar a uma concepção do universo por meio da auto-reflexão sobre as suas funções de valor teóricas e práticas”, definição esta obtida por processo indutivo, que pode ser completado com um dedutivo, ao “situar a filosofia no conjunto das funções superiores do espírito, em assinalar o lugar que ela ocupa no sistema total da cultura”.
Na análise geral da filosofia, em uma rede associativa de áreas, é importante ressaltar que ela adentra, como citado anteriormente, ao campo científico, e também é essencialmente distinta da arte, uma vez que o artista não procede do pensamento puro.
A filosofia é dividida em diversas disciplinas e, saber isto é fundamental para posicionarmos a teoria do conhecimento no conjunto da filosofia. Em definição, ao fim ela seria “a teoria material da ciência, a teoria dos princípios materiais do conhecimento humano”. A teoria do conhecimento é dividida em duas partes, geral (investiga as referências do pensamento ao objeto em seu geral) e especial (toma por tema de investigações críticas dos princípios e conceitos fundamentais em que se exprime a referência do nosso pensamento aos objetos), e aparece pela primeira vez como disciplina autônoma na Idade Moderna, sendo seu fundador o filósofo John Locke. Porém, dentro da filosofia continental, o verdadeiro fundador da teoria do conhecimento seria Manuel Kant. Em Fichte, sucessor de Kant, a teoria do conhecimento aparece pela primeira vez como teoria da ciência. Hoje, quanto a todas estas relações, nos encontramos perante a multidão de direções epistemológicas em conexão sistemática.

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